Ozempic, Saxenda, Victoza: qual o melhor?
- Danielli Orletti
- 14 de ago. de 2023
- 4 min de leitura
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é uma doença crônica e uma epidemia global. Inclusive, observa-se no Brasil e no mundo, um aumento da quantidade de pessoas obesas e com sobrepeso.

Sabemos que a obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, diversas podem ser as causas que levam o paciente a esta condição.
Por isso, o tratamento desta doença deve ser multidisciplinar e abranger uma série de medidas, como a reeducação alimentar, prática de atividades físicas e acompanhamento com endocrinologista, nutricionista, educador físico e psicólogo, se necessário.
Além disso, dependendo do quadro de saúde de cada paciente, podemos indicar o uso de medicamentos.
É importante ressaltar que todo medicamento deve ser prescrito por um médico especialista, que está apto a acompanhar o processo de emagrecimento de uma forma correta e saudável.
Quando o uso de medicamentos é necessário? Após uma análise criteriosa do quadro de saúde do paciente pautada no histórico de vida e resultados de exames, podemos indicar o uso de medicamentos para ajudá-lo no processo de emagrecimento. Em linhas gerais, indicamos os medicamentos quando o indivíduo não consegue perder peso de forma efetiva com a prática regular de atividade física e alimentação saudável, se possui Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 ou se este índice é superior a 25, mas o paciente apresenta problemas de saúde relacionados com a obesidade.
Sabemos que muitas pessoas podem necessitar de ajuda de medicamentos para perder peso. Então, nesse texto vamos falar sobre os principais remédios que utilizamos no momento: Ozempic, Saxenda e Victoza.
Qual é o melhor: Ozempic, Saxenda, Victoza
Você já deve ter ouvido falar nesses medicamentos, certo?
Então, vamos compreender como eles funcionam:
Ozempic
O medicamento contém como princípio ativo a semaglutida, utilizado no tratamento de pacientes com sobrepeso, obesidade e diabetes tipo 2.

Esta substância atua no corpo de forma semelhante ao GLP-1, um hormônio presente no nosso organismo que tem três funções:
Controle fome e indução da saciedade no cérebro;
Melhora a secreção de insulina no pâncreas;
Faz com que o estômago esvazie mais devagar;
No entanto, o GLP-1 natural permanece somente cerca de um minuto e meio no sangue devido à degradação pela enzima DPP-4 e excreção renal, enquanto o Ozempic (Semaglutida) permanece cerca de 1 semana no organismo, graças a sua estabilidade contra a degradação pela enzima DPP-4 e depuração renal.
Assim o Ozempic pode ser usado uma vez por semana, proporcionando uma inibição da fome duradoura, levando a uma redução da ingestão de calorias pela dieta e consequentemente perda de peso.
Atualmente, este medicamento é comercializado em nosso país em dispositivos que liberam dose de 0,25; 0,5 e 1 mg para uso subcutâneo uma vez por semana.
Apesar do lançamento recente (abril de 2022) no Brasil de uma molécula semelhante ao Ozempic na forma oral com o nome de Rybelsus, o resultado para perda de peso da formulação oral é inferior ao do Ozempic subcutâneo.
Além disso, esse novo medicamento ainda carece de estudos para uso isolado na perda de peso, ou seja, permanece válido seu uso de bula exclusivo para pacientes com diabetes tipo 2.
Saxenda
O saxenda pertence à mesma classe medicamentosa do Ozempic, chamada de análogo do GLP-1.

Seu princípio ativo é a liraglutida, disponível no mercado nacional na apresentação de uso subcutâneo diário em dose de 0,6; 1,2; 1,8; 2,4 ou 3,0mg. Este é um medicamento aprovado para o controle da obesidade, sobrepeso e diabetes tipo 2. No entanto, devido a sua meia vida mais curta, o Saxenda (liraglutida) necessita aplicações diárias.
Victoza
O Victoza apresenta o mesmo princípio ativo do Saxenda, a liraglutida, e é comercializado em dispositivo para uso subcutâneo diário na dose de 0,6; 1,2 ou 1,8mg. Então, diferentemente do Saxenda, o Victoza não possui a opção de liberação de dose de 2,4 e 3,0mg, que pode ser necessária para o tratamento de alguns pacientes com obesidade.

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