Quando pensamos em resiliência, logo vem à mente a nossa capacidade de lidar com o estresse. Mas, você sabia que as células também apresentam essa “habilidade”? Sim, e quanto mais resiliente elas são, mais elas podem agir a favor da nossa saúde.
Para saber o que é resiliência celular, vamos voltar um pouquinho e entender o conceito que serve como base para o seu entendimento. Estudos denominam resiliência como a capacidade de um sistema lidar com mudanças negativas.
É desse conceito que vem o uso da palavra aplicada ao comportamento humano. Provavelmente, o termo já cruzou as suas linhas de leitura, com chamadas para “como ser mais resiliente no dia a dia”, por exemplo. Nesses casos, a resiliência está associada à capacidade de vivenciar momentos de estresse e retornar ao equilíbrio.
Mas, e com as nossas células, como isso acontece? Elas também têm essa capacidade resiliente? E o que acontece com elas para que precisem de resiliência? Sem contar com a pergunta mais importante: como ajudar a desenvolver a resiliência celular?
Siga a leitura para descobrir todas essas respostas.
O que é resiliência celular?
Resiliência celular é a capacidade que as células têm de lidar com fatores estressores, podendo ser metabólicos, oxidativos ou proteostáticos, agindo para manter a integridade e o funcionamento celular. Uma célula resiliente se recupera, tolera ou se adapta ficando “mais forte” diante desses fatores e com maior capacidade para retornar ao seu estado de homeostase.
Para saber mais, leia o artigo “o que é homeostase e os mecanismos para o equilíbrio do corpo
Relacionando com o conceito mais básico do termo citado no começo desse texto, os fatores estressores são as mudanças negativas, enquanto o sistema é a estrutura celular.
Em que situações as nossas células precisam ser resilientes? Basicamente, nossas células precisam ser resilientes todos os dias, diante de desafios que as tiram do “funcionamento normal”, com a intenção de retornar à homeostase.
Para compreender essa oscilação entre estado normal e estresse, saiba que nós estamos expostos a fatores que interferem nesse equilíbrio diariamente, os quais ocorrem internamente, ou podem ser motivados por condições externas. Por isso, o nosso corpo trabalha para manter a sua homeostase a todo o momento, e entre seus mecanismos, está a resiliência celular.
Aqui, vamos dar destaque para 2 fatores estressores para as nossas células: o estresse oxidativo e a inflamação crônica:
Estresse oxidativo Boa parte das reações bioquímicas que acontecem no nosso organismo liberam radicais livres, que são átomos ou moléculas que roubam elétrons das células à sua volta. Para deter a ação deles, entram em cena os antioxidantes, que neutralizam a ação desses “ladrões”.
Quando o nosso corpo está com a ação dos radicais livres acima da sua capacidade de neutralização, acontece o estresse oxidativo, que desencadeia em danos nas nossas células. Podemos destacar os prejuízos aos lipídios que compõem a membrana celular. Ao danificá-los, a célula fica mais permeável e facilita a entrada de compostos indesejados, o que pode gerar disfunções e até a morte celular. Também, prejuízos às proteínas e ao DNA celular. O estresse oxidativo é intimamente ligado ao desenvolvimento de muitas doenças e aos sinais do envelhecimento. Inflamação crônica A inflamação é uma resposta do nosso corpo a uma lesão ou agressão. Você pode lembrar como o nosso organismo responde a um machucado, por exemplo, apresentando vermelhidão e inchaço na região. Essas características correspondem à ação das nossas células na tentativa de proteger o corpo (chamada de inflamação aguda), o qual fica exposto diante dessas adversidades.
Mas, quando as nossas células não param de agir, mesmo quando não há mais a situação aguda, pode ocasionar uma inflamação crônica. Também, doenças autoimunes, exposição excessiva a toxicidades e hábitos que não são saudáveis são gatilhos para esse tipo de inflamação.
A disfunção celular atrelada à inflamação crônica pode ser silenciosa e apresentar sintomas que podem não ser associados com ela logo “de cara”, como a falta de energia, o estado mental confuso, a ansiedade, as alterações no peso, as dores musculares e de cabeça, entre outros.
Aprofunde o seu conhecimento e leia o artigo “Quando uma inflamação boa se torna ruim”.
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